19 de setembro de 2012

TODA MAFALDA


Ela é uma garotinha de 6 anos  que vai à escola, brinca com os amigos, dança ao som de Beatles, desafia os pais, questiona e escolhe o que quer comer. Odeia a injustiça, as guerras, o racismo e todas as outras invenções dos adultos, defendendo veementemente os direitos humanos e a paz . Bom, não fossem alguns ingredientes, ela seria uma garotinha como outra qualquer...

 Mafalda, a enfant terrible, veio ao mundo na década de 60 pelas mãos de Quino, cartunista argentino que nos serviu seu humor inteligente, sutil, atemporal e reflexivo por meio dessa adorável contestadora. Na década de 70, com a mesma perspicácia com que a criou, ele a retirou da mesa para não enfadar nosso paladar. Segundo o autor, ele estava tornando-se repetitivo.

Em Toda Mafalda temos compiladas as tirinhas cozidas nesses dez anos de trabalho, nas quais Quino nos apresenta uma consciência infantil, divertida e ácida acerca da família, da sociedade, da política, das relações humanas e da internacionalização, aguçando nosso senso crítico.


A obra também traz informações interessantes sobre o processo de criação de Mafalda e sobre seu autor, além de opiniões como a de Umberto Eco: “Já que nossos filhos vão se tornar, por escolha nossa, outras tantas Mafaldas, será prudente tratarmos Mafalda com o respeito que merece um personagem real.”

Rejeitando o mundo como ele é, com o mesmo rigor com que rejeita um prato de sopa, Mafalda e os demais personagens de Quino nos divertem e nos mostram que a insatisfação com uma realidade desarrazoada não é coisa só para adultos.


Para acompanhar a leitura, Caramelos Artesanais. Assim como nossa Mafalda, é autêntico, azedinho, divertido e gruda na gente. Para ouvir, Twist And ShoutThe Beatles.You know you twist, little girl ...”.


 TEMPERO ESPECIAL
Em Buenos Aires, oportunamente esbarrei em pilhas do livro na Ateneo Grand Splendid, “uma livraria pra chamar de minha”, sediada onde até 1926 funcionou o Teatro Grand Splendid, no Bairro da Recoleta. Passando por lá, visite, circule entre as estantes, suba ao palco para ir até o café, deleite-se e emocione-se com o clima e não deixe de levar Mafalda pra casa! E claro, vá até o Bairro de San Telmo para vê-la.