Como seria o mundo se todos nós, na adolescência, o ápice do período da aceitação, fôssemos submetidos a uma cirurgia para nos tornarmos belos e perfeitos? E se, a partir daí, nossa vida fosse repleta de diversão, festas e muito glamour?
Esse é o cardápio de Feios, que com um ritmo frenético e juvenil vai página a página servindo-nos a história de Tally Youngblood, uma jovenzinha que vive ansiosa à espera do momento em que finalmente se tornará perfeita com a cirurgia, presente-obrigatório do governo e passaporte que lhe possibilitará viver em uma das torres iluminadas e borbulhantes da cidade de Nova Perfeição, tendo como única preocupação divertir-se com o luxo e a badalação que só a beleza pode proporcionar.
Mas como nada é simples na vida de um adolescente, também nos servimos dos conflitos internos da protagonista.
Tratando questões como diversidade, personalidade, individualidade e estética, tendo a beleza como parâmetro definitivo, Scott Westerfeld “corrige” a “injusta” convivência entre belos e feios transformando todos em perfeitos, ao mesmo tempo em que nos faz refletir sobre o que está do outro lado do espelho, e que não é nada bonito: o preço a ser pago para enquadrar-se aos padrões.
“Claro. Até parece que as coisas eram maravilhosas quando todo mundo era feio. (...) Todo mundo julgava todo mundo pela aparência. As pessoas mais altas conseguiam empregos melhores, e o povo votava em certos políticos só porque eles não eram tão feios quanto a maioria. (...) E as pessoas se matavam por coisas como uma cor de pele diferente. (...) Então, qual é o problema de as pessoas serem mais parecidas agora? É o único jeito de tornar as pessoas iguais.” – Página 47
“Não quero ser uma feia para o resto da vida. Quero aqueles olhos e lábios perfeitos, quero que todos me vejam e fiquem impressionados. E que todos que me virem perguntem ‘quem é ela?’ e queiram me conhecer e queiram ouvir o que tenho a dizer.” – Página 94
“(...) E agora todos são felizes, porque todos são iguais. Todos são perfeitos. (...) Talvez as guerras e todas as outras coisas tenham acabado simplesmente porque não há mais controvérsias, discordâncias ou pessoas reivindicando mudanças. Apenas massas de perfeitos sorridentes. E algumas outras pessoas que controlam tudo.” – Página 260
O gosto da obra futurista e escapista de Westerfeld assemelha-se muito ao paladar de Amendoins Japoneses, que ingeridos despretensiosamente levam-nos a acabar com uma porção e imediatamente pedir a próxima, nesse caso, os próximos da série: Perfeitos, Especiais e Extras.
“Não quero ser uma feia para o resto da vida. Quero aqueles olhos e lábios perfeitos, quero que todos me vejam e fiquem impressionados. E que todos que me virem perguntem ‘quem é ela?’ e queiram me conhecer e queiram ouvir o que tenho a dizer.” – Página 94
“(...) E agora todos são felizes, porque todos são iguais. Todos são perfeitos. (...) Talvez as guerras e todas as outras coisas tenham acabado simplesmente porque não há mais controvérsias, discordâncias ou pessoas reivindicando mudanças. Apenas massas de perfeitos sorridentes. E algumas outras pessoas que controlam tudo.” – Página 260
O gosto da obra futurista e escapista de Westerfeld assemelha-se muito ao paladar de Amendoins Japoneses, que ingeridos despretensiosamente levam-nos a acabar com uma porção e imediatamente pedir a próxima, nesse caso, os próximos da série: Perfeitos, Especiais e Extras.
Para embalar a leitura de Feios, que figurou na lista de Best Sellers do The New Yourk Times, Vanity, de Lady Gaga, porque com certeza é "isso" que toca nas torres de Nova Perfeição.